Fotografia Analógica no Brasil: Pesquisa

No mês de março (2021) realizei uma pesquisa para descobrir qual é o status da Fotografia Analógica no Brasil. Quem é o fotógrafo analógico médio? Como e porque ele faz fotografia? Quais suas maiores dificuldades? como ele processa seus filmes e fotos, e outras informações.

Em primeiro lugar o objetivo desta pesquisa é desenhar um panorama de como a fotografia analógica é feita no Brasil. Acima de tudo, ajudar as pessoas que se envolvem com este mercado.

Laboratórios, vendedores de filmes e câmeras, criadores de conteúdo, etc. Todos podem igualmente, a partir dos dados aqui coletados entender quais são as principais necessidades e criar serviços para atender melhor estas pessoas.

Esta pesquisa tenta representar os Fotógrafos Analógicos do Brasil, que defino como: pessoas que fotografam com filme por um motivo ou outro, mesmo tendo acesso a câmeras digitais.

Em contrapartida, esta amostra representa um universo que imagino ser de 25 mil pessoas. Este número é baseado na quantidade de pessoas que estão em grupos de fotografia analógica no Facebook e no número de pessoas que seguem grandes perfis da área em redes sociais. Logo, esta pesquisa mostra só estas pessoas e não aquelas que estão fora desta bolha da internet.

Ao fim da pesquisa, no campo Conclusão, escrevo minha opinião acerca dos dados coletados.

Índice da pesquisa

  1. Dados demográficos
  2. Hábitos e conhecimento
  3. Conhecimentos e dificuldades
  4. Personas: tipos de fotógrafos analógicos
  5. Conclusão

1. Demográficos dos fotógrafos analógicos no Brasil

A princípio, vamos entender onde estão os fotógrafos analógicos do Brasil, qual a sua idade e outros dados gerais.

Onde estão os fotógrafos analógicos

Mapa do Brasil da Fotografia Analógica - Pesquisa

De acordo com a pesquisa, 50% dos fotógrafos analógicos estão na região sudeste, sendo 32% em São Paulo, 12% em Minas Gerais e 10% no Rio de Janeiro.

A região sul concentra o segundo grande bloco, com 25% da amostra: 11% no Paraná, 9,5% no Rio Grande do Sul e 6,6% em Santa Catarina.

Finalmente, o restante da amostra se distribui em segmentos de 1 a 2% por todos os outros estados, com exceção do Distrito Federal, com 4,6%.

Como se identificam

Gráfico da Pesquisa fotografia analógica no Brasil

A maioria das pessoas fazendo fotografia de filme são homens. Ofereço minha opinião este dado ao fim da pesquisa.

Faixa etária

Gráfico da Pesquisa fotografia analógica no Brasil

Antes de mais nada, temos dois grandes blocos de fotógrafos analógicos:

  • os que viveram num mundo onde o analógico era o padrão (25,9%);
  • os que usam câmera de filme sem ter vivido a era do filme (74,1%).

2. Hábitos e comportamento dos fotógrafos analógicos

Sob o mesmo ponto de vista, veja agora os hábitos e principais dificuldades das pessoas que compõem este nicho. Nesta seção da pesquisa quis entender os motivos de se fotografar com filme em 2021. Como as pessoas realizam esta hercúlea tarefa e quais são os principais problemas encontrados.

Profissionais ou hobbistas?

Grande parte dos fotógrafos analógicos enxergam esta atividade como apenas um hobbie. Ao passo que a quantidade de fotógrafos profissionais (que atuam em tempo integral) participando deste nicho é pequena. Talvez por já ter a fotografia como um assunto presente no dia-a-dia. Talvez por se preocupar mais com prazos e custos.

Por outro lado, seria interessante comparar a proporção entre fotógrafos de tempo integral e fotógrafos amadores em grupos de fotografia digital.

Porque usar filme em pleno 2021?

Gráfico da Pesquisa fotografia analógica no Brasil

Antes de mais nada, a maioria dos fotógrafos analógicos optaram por este tipo de técnica sobretudo pelo que é percebido como “estética analógica” e pelo fato desta técnica forçar um maior planejamento a cada clique.

O fato de haver uma grande variedade de câmeras e uma sensação de “fazer artesanal” reforça para muitas pessoas a ideia de fotografia analógica no Brasil como um hobbie.

Há quanto tempo no analógico?

Das pessoas inclusas na amostra da pesquisa, 72% das pessoas fazem fotografia analógica há no máximo 5 anos. Ou seja, a técnica analógica foi adotada quando já não era a técnica comum de fotografia usado pelo resto do mundo.

Tipo de câmera analógica usada

Câmeras mais usadas - Fotografia Analógica no Brasil

As SLR 35mm reinam absolutas com 86% dos fotógrafos analógicos. As Grande Formato, talvez por seu preço e complexidade, são as menos usadas até mesmo em comparação com as câmeras pinhole.

Temas mais fotografados

O fotógrafo analógico médio parece ter uma tendência a fotografar os grandes temas clássicos da fotografia. Retratos, fotografia de rua (quantos não idolatram Cartier-Bresson?), paisagens e viagens.

“Retratos” sendo certamente a área de maior produção, com quase todos os fotógrafos analógicos da pesquisa marcando como tema abordado em suas fotos.

Onde fotógrafos analógicos compram seus filmes

As lojas são ainda o lugar preferido de compra de filmes. Mesmo assim, meios informais aparecem de maneira relevante no hábito de compra dos queimadores de filme.

Gráfico Pesquisa Fotografia Analógica no Brasil - Onde Compram Filme

Onde revelam seus filmes fotográficos

Antes de tudo, importante lembrar que várias respostas poderiam ser marcadas na hora da resposta. Em outras palavras, fotógrafos analógicos que revelam em casa também podem ter marcado que revelam em Laboratórios especializados.

A opção de revelar em um Lab ainda é de longe a mais escolhida por todos. Seja enviando por correios por falta de um laboratório perto, seja levando a um laboratório da cidade, a comodidade ainda fala alto.

Por outro lado, isto também pode indicar uma dificuldade de acesso a materiais e conhecimento para revelar em casa.

Onde digitalizam seus filmes

Onde se informam sobre Fotografia Analógica no Brasil

Pesquisa Fotografia Analógica no Brasil

De acordo com os dados, os canais de vídeo despontam como a maior fonte de informação dos fotógrafos analógicos.

3. Conhecimentos e dificuldades?

Veja quais são as maiores dificuldades para os fotógrafos que responderam à pesquisa. Por outro lado, veja também o que eles consideram saber melhor.

Pesquisa Fotografia Analógica no Brasil - Gráfico sobre conhecimento dos fotógrafos analógicos sobre fotometria e modo manual da câmera

Em relação a fotometria e operação no modo manual, fica bem claro que os fotógrafos analógicos já vêm de uma posição onde este conhecimento básico, também presente e necessário no mundo digital, não é um problema.

Isto indica que já são pessoas que tem um background de fotografia. Ou, eventualmente, que é preciso saber mais sobre fotometria para operar uma câmera analógica. Pode também significar que há bastante conteúdo sobre o tema online, tornando assim mais fácil aprendê-lo.

Pesquisa Fotografia Analógica no Brasil - Gráfico sobre conhecimento dos fotógrafos analógicos sobre revelação de filmes P&B

O conhecimento dos fotógrafos analógicos sobre as técnicas de revelação cai na mesma proporção de uso de cada um dos tipos de filme citados.

Em síntese, mais conhecimento para o preto e branco (processo mais simples e filmes fáceis de achar, muitas vezes baratos). Menos conhecimento para os filmes positivos (mais caros, difíceis de achar e de processamento mais complexo).

Fotografia Analógica no Brasil - Gráfico sobre conhecimento dos fotógrafos sobre digitalização de negativos

Do mesmo modo o atual panorama do mercado dita o nível de conhecimento sobre ampliação ou digitalização. Mais gente sabe sobre digitalização de negativos. Menos gente sabe sobre o processo de ampliação. Digitalização sendo uma técnica barata; ampliação sendo uma técnica mais custosa (tanto em equipamentos quanto em suprimentos).

Todavia, ainda assim uma grande parcela de fotógrafos afirma saber pouco sobre digitalização. Isto indica talvez uma grande dependência e/ou necessidade de serviços de digitalização de negativos.

4. Personas: tipos de fotógrafos analógicos

Montei personagens fictícios para representar os diferentes tipos de fotógrafos analógicos existentes neste universo. Além disso, descrevo aqui atitudes e/ou comportamentos definidos dos principais grupos que fazem a fotografia analógica no Brasil.

Isto não quer dizer que estas personas representem todo o universo da pesquisa. Perfis diferentes podem e devem existir. Entenda isto como uma tentativa de delimitar grupos mais ou menos parecidos, que convivem entre si.

Ana, a Fotógrafa Antenada

Mulher fotografa flores em uma mesa

Ana tem 26 anos, é graduada em Publicidade e fotógrafa em tempo integral. Leva sua profissão muito a sério e trabalha com moda, retratos femininos, música. Por isso está sempre ligada nas últimas tendências visuais.

Tem um Instagram super organizado com todo o seu trabalho e para ela é muito importante ser vista como alguém que tem uma estética própria. A fotografia analógica ajuda nisto. Procura maneiras de desenvolver seu lado autoral e precisa dominar a técnica, para ter controle das imagens que quer criar.

Mário, o Colecionador

Homem em foto preto e branco com câmera em punho fotografando a si mesmo

Mário tem 51 anos, é um médico bem sucedido e vê na fotografia analógica um hobbie e uma paixão. Gosta de colecionar câmeras, que sempre testa, limpa e organiza numa estante. Sua ligação com este tipo de fotografia é sentimental e muitas vezes seu maior prazer não é nem mesmo fotografar, mas estudar e se aprofundar no tema.

Gosta mesmo é de conhecer tudo a fundo e de vez em quando mostrar para os amigos como entende do assunto. Nesse sentido, tem algum tempo de sobra e os meios para investir num laboratório de revelação com tudo a que tem direito, inclusive equipamentos que traz do exterior, de viagens que faz a turismo ou a trabalho.

Lorena, a Lomógrafa

Garota asiática segurando rolo de filme revelado contra o rosto

Lorena tem 20 anos e adora se expressar artisticamente. Posteriormente pretende cursar faculdade de Design. Já teve um Tumblr quando tinha 16 anos onde postava poemas e fotos aleatórias que gostava. Descobriu a fotografia analógica por acaso quando ganhou uma câmera velha de um tio e se interessou pelo assunto.

Ainda não domina bem a técnica, mas fotografou um rolo e gostou da estética borrada com cores lavadas que sua saboneteira entregou no modo automático. Ainda assim pretende se aprimorar e comprar uma SLR no futuro para ter mais controle.

É completamente dependente de laboratórios para revelar e escanear seus filmes, por isso ainda não fotografa em grande quantidade. Seus temas fotografados geralmente são os rolês e encontros com os amigos, além das viagens que faz.

Por último, adora fotografia analógica pelo fato de todas as câmeras, filmes e objetos serem super instagramáveis e terem um aspecto retrô.

Carlos, o Artista

Homem negro Fotógrafo Analógico

Carlos cursa ciências sociais e se considera uma pessoa das letras. Lê muitos livros e gosta de analisar o mundo ao seu redor. É um fotógrafo analógico porque vê nesta técnica uma maneira de se expressar e botar pra fora sua visão. Produz muita fotografia conceitual e abstrata.

Dessa forma ele vê a fotografia analógica como uma válvula de escape e uma maneira de refletir sobre o mundo. Carlos nem se importa em ser visto ou ter o trabalho reconhecido. Para ele quanto mais diferente e vanguarda, melhor.

Nesse sentido, quer dominar técnicas fotográficas para fazer imagens cada vez mais diferentes das pessoas comuns. É muito ativo em grupos online de Fotografia Analógica no Brasil.

Fábio, o Medalhão da Fotografia

Retrato de momem de óculos de meia idade em foto preto e branco

Fábio tem 68 anos, é um fotógrafo experiente e viveu o mundo da fotografia analógica no seu auge. Enquanto estava na ativa trabalhou com grandes laboratórios e investiu muito tempo em sua formação. Entende muito sobre a parte técnica da coisa e em seu coração o amor pela fotografia e a parte artesanal do processo nunca morreu.

Hoje dedica uma parte do seu tempo a participar de grupos e fóruns online onde mostra seu trabalho. Além disso sempre ajuda iniciantes com textos, fotos, explicações e respostas para as dúvidas postadas.

4. Conclusão sobre a Fotografia Analógica no Brasil

O nicho analógico no Brasil se concentra na região Sul e Sudeste.

Na minha opinião, uma série de fatores contribui para isto. Enquanto a fotografia analógica era o padrão do mercado, estas regiões reuniram os maiores laboratórios e a maior parte dos equipamentos e estrutura de distribuição específica para abastecer estes grandes players.

O mercado publicitário e outros afins também cresceu mais nestas regiões, principalmente em São Paulo. Isto gerou um fluxo muito maior de pessoas ligadas à área nestas regiões e uma quantidade maior de equipamentos e suprimentos distribuídos nesta área.

A maioria das pessoas fazendo fotografia de filme são homens.

Quem participa de grupos e fóruns online já teve a oportunidade de construir esta percepção. Apesar do crescimento da participação de mulheres no nicho, ainda não chegamos num ponto onde a presença feminina é igualitária.

Arriscaria dizer que esta proporção seria similar no caso de uma pesquisa que visasse a fotografia digital como um todo, com exceção de alguns nichos.

Por outro lado, o perfil no Instagram do LabLab, Laboratório em Curitiba, tem uma quantidade de mulheres maior que a de homens. Uma proporção de 54,8% de mulheres contra 45,2% de homens. Isto pode indicar uma distorção nesta pesquisa ou uma exceção no perfil do supracitado laboratório.

O maior grupo de fotógrafos analógicos é jovem

O fato de termos 36,1% de pessoas de 18 a 25 anos fazendo fotografia analógica no Brasil mostra que há um nicho a ser explorado e criado entre pessoas mais novas. O interesse existe, sobretudo se o acesso a filmes, químicos e serviços de scanner/revelação fossem menos custosos.

Em outras palavras, 74,1% dos fotógrafos analógicos (18 a 34 anos) são pessoas que não vêm de um background de serem fotógrafos profissionais analógicos. Isto porque não têm idade para ter sido profissionais quando o analógico era o padrão. Talvez nunca tenham usado câmeras analógicas em sua infância e/ou adolescência.

Em outras palavras, há um sinal de que o analógico tem apelo para pessoas jovens, que rejeitam o digital ou não enxergam o digital como única via.

Supondo que a minha projeção esteja correta, dentro desta bolha temos 18 mil pessoas (de um total de 25 mil) que são muito jovens e têm interesse pela fotografia analógica, juntamente ou em detrimento da digital.

Fotografia Analógica é Hobbie

Grande parte das fotógrafos analógicos enxergam esta atividade como apenas um hobbie. Isto confirma uma teoria que já tenho há muito tempo: como hobbie, fotografia analógica é tão ou mais interessante que fotografia digital.

A grande quantidade de câmeras, lentes, filmes e outros itens disponíveis deixa tudo muito mais interessante. São muito mais coisas a se aprender, a se garimpar e a se colecionar.

Quando não se têm prazos nem cobranças de clientes, fotografar com filme pode ser uma experiência muito prazerosa, dotada de um sentimento quase artesanal. Assim, uma atividade muito prazerosa.

Nesse ínterim, a quantidade de fotógrafos pro (que atuam em tempo integral) participando deste nicho é pequena. Talvez por já ter a fotografia como um assunto presente no dia-a-dia. Talvez por se preocupar mais com prazos e custos.

72% dos fotógrafos vêm de um fundo de fotografia digital

Este ponto da pesquisa exemplifica o que disse acima. A maioria dos fotógrafos analógicos não vêm de um background de contato com esta técnica.

De toda a amostra da pesquisa, 72% das pessoas fazem fotografia analógica há no máximo 5 anos. Ou seja, a técnica analógica foi adotada quando já não era a técnica comum de fotografia usado pelo resto do mundo.

Isto indica um retorno do analógico como uma ferramenta que atende melhor que o digital às necessidades de criação de imagens de algumas pessoas.

A figura do vendedor de confiança

A grande novidade (para quem ficou um tempo fora do ar) que a pesquisa trás é o aparecimento do vendedor “amigo de confiança”. Pessoas que não são necessariamente uma loja, mas que têm um comportamento frequentemente comparável a uma.

Sempre com estoque disponível de filmes variados e um atendimento mais pessoal. Percebo que este tipo de vendedor tem crescido ano a ano e tem ganhado a preferência de muitos fotógrafos analógicos.

O YouTube é o grande campeão para falar com este público

Em síntese, pouca surpresa aqui. Ao mesmo tempo que há lugares tradicionais para se buscar informação, temos agora o YouTube. Se antes todos se debruçavam em livros e revistas ilustradas para aprender, o fotógrafo analógico de hoje usa muito o YouTube para aprender coisas em vídeo.

Acredito cada vez mais nesta tendência, principalmente pelo fato de serem técnicas tão artesanais, difíceis de serem explicadas sem mostrar ao vivo.


Pesquisa e interpretação por Neto Macedo.

Agradecimentos: ao laboratorista Vitor Lopes Leite, do LabLab; ao fotógrafo Breno Barros; à fotógrafa Ana Harff. Outras pessoas podem ser adicionadas a esta lista após a publicação da pesquisa, caso haja outras contribuições.

P.S.: Não trabalho com pesquisa, sou somente um apaixonado por fotografia analógica. Posso ter criado interpretações distorcidas. Se tiver algo a acrescentar, por favor deixe nos comentários abaixo. Comentários relevantes poderão serão adicionados ao texto principal, com citação ao autor.

18 Comentários

  • Neto, nao apenas a iniciativa, mas a análise de dados está primorosa.
    Considero que informações de pesquisas como estas (bem realizadas) sao elementos estratégicos importantes para os fotografos e principalmente comerciantes de fotografia.
    mais uma vez. Parabéns!

  • Fala Neto! Poxa vida brother! Que iniciativa maravilhosa! PA – RA – BENS!!!!
    Eu gosto muito deste tipo de pesquisas pois ajudam demais para entender a cabeça das pessoas e as mudanças no mundo da maneira como o “observamos”
    Eu tenho feito um levantamento dos diferentes tipos de filmes que são revelados numa única loja aqui em São Paulo. Essa loja sempre me ajuda doando os tubinhos para rebobinar os meus filmes. Eu pego com eles já há uns 3 anos e um dia decidí separar tidosneles por marcas, modelos e outras características e foi super interessante descobrir um mesmo tipo de comportamento de consumo nessa loja ao longo de 3 a 4 meses. Geralmente eu ganho uns 200 a 300 tubinhos cada vez que eles me doam. A loja revela muito filme mesmo. Talves esse tipo de contagem também possa contribuir na sua pesquisa no futuro, pois em geral os filmes revelados são 99% coloridos e muitos de maneira bem clara tem uma tendência de uso de certos valores de ISO e quantia de de exposições. Bom novamente obrigado demais pelo seu genial trabalho e enorme contribuição para todos os que amamos a fotografia analógica.

  • Essa pesquisa ficou Top. Serve para o mercado de filmes, para os laboratórios, para os que ensinam…. Eu acho que valeu o trabalho todo. Parabéns, essa pesquisa não é só para você!! :) vai ser útil para muita gente.

  • Sensacional pesquisa Neto Macedo. Rico material a ser analisado por toda essa cadeia desde os produtores, ” queimadores de filme” e outros públicos diversos que indiretamente consomem fotografia; colecionadores, pesquisadores, instituições etc.

    Acredito no estímulo à pesquisa histórica, dos processos alternativos, da construção de câmeras autorais acessando ainda mais o público e pra isso também analiso que a ” construção” da imagem deve passar por todos os caminhos. Entendo que há um desvio, prático e econômico no momento do scanner, como sua própria pesquisa cita.

    Portanto como educador, fotógrafo e às vezes laboratorista, quero lembrar que a prática no laboratório, principalmente o P&B deve tomar rumos ainda mais intensos nos próximos anos, ainda que seus suprimentos sejam inacessíveis para o nosso mercado. Mas não impossível. Um mundo incrível por ser (Re) descoberto!
    Parabéns pela pesquisa e por compartilhar.

    Um Grande Abraço Neto Macedo.

  • Neto, mais uma vez obrigado pela atenção. Adorei os resultados da pesquisa. E creio que todos os que participaram se encaixam em um daqueles esteriótipos de fotógrafos. No caso me assemelho com o Mário, até porque sou médico e tenho mais de 60 anos, tenho meu próprio laboratório e adoro colecionar câmeras. Tenho uma pequena galeria de fotografias em minha casa. Vamos continuar trocando ideias, isso enriquece muito a vida. Abraços Newton

    • Obrigado pelo feedback, Newton! Acho que todos nos encaixamos mais ou menos em um dos estereótipos. Eu mesmo sou um meio termo entre uns dois aí, hehe. Sempre aberto para novas conversas. Qualquer coisa, só chamar ;-)

  • O resultado da pesquisa foi bem interesante. Me deixou especialmente surpreso, saber a faixa etária predominante dos que se dedicam à fotografia analógica.

  • Olá, achei bem interessante sua pesquisa. É um pontapé inicial bem dado para acompanhar a evolução dessa onda da fotografia 35mm e outros formatos de filme (eu não gosto do termo “analógica”…). Sou fotógrafo amador desde os anos 70 do século XX com uma Flexaret TLR da família e minha primeira SLR foi uma Ricoh em 1987, que reencontrei recentemente. Desde aquela época fotografei muito e ainda o faço com um misto de 35mm e DSLR. Nessa época de isolamento é bem difícil exercer esse hobby, até porque meu tipo de foto preferida é de natureza (principalmente pássaros) e paisagem.
    Em relação aos canais de difusão de informações, vejo que tem muitos youtubers com bastante seguidores falando bobagens como “milimetragem” de lentes, “velocidade” do obturador e outros absurdos sobre fotometria e avaliações de filmes, câmeras e lentes sem qualquer critério técnico. Digo isso porque acho importante que as pessoas busquem com cuidado suas fontes de conteúdo.

    • Eu também não gosto muito do termo, principalmente o termo “fotógrafos analógicos”, Sérgio. Acho que fotógrafos são fotógrafos e no fim é só mesmo uma escolhe de qual suporte usar, se digital ou químico. Eu também concordo que o Youtube (a internet de maneira geral) faz cair muito a qualidade do conteúdo. A figura do editor, antes existente em qualquer publicação, deixa de existir e fica somente o criador do conteúdo, que posta tudo que aprende muitas vezes sem critério, tendo aprendido algo errado. Acho que é um sinal de nossos tempos mesmo, e no fim teremos que aprender a lidar com esta profusão de conteúdo que agora temos disponível sem muita curadoria. Obrigado pelo comentário e pela visita! :-D

  • Parabéns pela ótima pesquisa! Muito pertinente em várias áreas, e dependendo da complexidade da pesquisa ela poderia te render um belo doutorado! Vale a pena desenvolver mais as partes interpretativas da pesquisa, que nem a exceção do público no LabLab, ou o motivo da concentração Sul, Sudeste.
    Fiquei com mais dúvidas e deixo aqui pequenas provocações para uma eventual pesquisa futura:
    – Qual a % de praticantes que deixaram de usar o analógico? Depois de quanto tempo? Porque?
    – Qual o perfil dos laboratórios que existem hoje? Que tipos de serviços eles oferecem? (pergunto pensando no Clube do Analógico que tem essa proposta diferente de compartilhamento do equipamento. Será que existem outras ideias diferentes assim em outros lugares também?)
    – Existem laboratoristas que não viveram na época do analógico como padrão? (como é essa transmissão de conhecimentos mais profissionais da área para a próxima geração? Se não houver, isso quer dizer que possui uma validade?)

    Enfim, poderia ponderar com muitas coisas haha, Acho que é um universo muito interessante e que pode render tanta coisa!
    Parabéns mais uma vez pela iniciativa!

  • Muito interessante essa pesquisa, parabéns! Embora eu pratique somente fotografia digital (amador), gosto de acompanhar vídeos no YouTube de fotografia analógica, sempre em outros países. Foi muito interessante conhecer os dados sobre o Brasil. Obrigado!

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